Dois anos após a promulgação da Lei nº 14.611/2023 (Lei da Igualdade Salarial), a disparidade entre homens e mulheres persiste no mercado de trabalho. Dados do 3º Relatório de Transparência Salarial mostram que as mulheres ainda recebem, em média, 20,9% menos que os homens em funções equivalentes – patamar que se mantém desde 2023.
A legislação, que obriga empresas com mais de 100 funcionários a divulgar informações salariais, é um avanço, mas esbarra na falta de fiscalização e em práticas discriminatórias enraizadas. “A lei sozinha não muda a realidade. Precisamos de sindicatos atuantes para cobrar transparência e valorizar a presença das mulheres em diferentes setores, inclusive onde somos minoria, como forma de dar mais segurança e ampliar as oportunidades de trabalho”, afirma Vanessa Perez, presidenta do Sinecop/RJ.
Desafios estruturais
- Apenas 31% das empresas têm políticas de inclusão feminina;
- Apenas 22,9% oferecem auxílio-creche, limitando a ascensão profissional de mães;
- Mulheres ocupam apenas 37% dos cargos de gerência (dados MTE 2025).
“Enquanto as mulheres seguirem sobrecarregadas com o trabalho invisível do cuidado, a igualdade não será real. O Sinecop/RJ inclui essa pauta nas negociações coletivas e entende que é necessário ampliar a fiscalização”, reforça Vanessa.
Caminhos para mudança
O Governo Federal lançou um guia para sindicatos (acesse aqui) com orientações para incluir a equiparação salarial nas convenções coletivas. “É nossa responsabilidade usar essa ferramenta”, completa a presidenta do Sinecop/RJ.